A Psicologia da Jornada – Parte 1 - Culpa, controle e confiança
- Kleiton Filhinho

- 6 de out
- 3 min de leitura
Quando falamos em controle de jornada, quase sempre pensamos em leis, tecnologia e regras. Mas por trás de cada marcação feita pelo motorista e de cada relatório lido pelo gestor, existe um elemento que raramente é discutido: psicologia.
Porque antes da jornada ser registrada, ela é sentida.
Antes de ser analisada, ela é interpretada.
E é aí que nascem três forças invisíveis que determinam o sucesso — ou o fracasso — de qualquer sistema: culpa, controle e confiança.
1. A culpa: quem errou?
Quando algo dá errado na operação, existe sempre alguém tentando apontar um culpado:
“O motorista esqueceu de marcar.”
“O gestor não revisou direito.”
“O sistema não avisou.”
A jornada vira um território de acusação silenciosa.
O motorista marca apenas para “não levar bronca”. O gestor confere apenas para “não ser responsabilizado”.
O sistema é usado não como ferramenta de melhoria, mas como escudo de proteção: “Tá registrado aí, eu fiz minha parte.”
E assim o controle da jornada deixa de ser processo — e vira defesa pessoal.
2. O controle: comando ou desconfiança?
Toda empresa precisa de regras. Mas existe uma diferença entre controlar para organizar e controlar por medo.
Quando o controle é usado como expressão de desconfiança, o sistema perde sua essência. O motorista faz marcações “mecânicas”, sem entender o motivo. Marca para cumprir tabela — não para refletir a realidade.
E quando o gestor olha os dados, não vê a verdade — vê aquilo que as pessoas acharam mais seguro registrar.
Um controle pautado apenas por fiscalização gera obediência silenciosa, mas não gera engajamento verdadeiro.
3. A confiança: o elo que conecta os dois lados
A confiança não elimina erros — mas permite corrigir com maturidade.
Ela diz ao motorista: “Marque com honestidade, mesmo se estiver errado — porque o sistema existe para ajustar, não para punir.”
Ela diz ao gestor: “Não use o dado para atacar, mas para compreender e orientar.”
Quando isso acontece, a jornada deixa de ser um campo de vigilância e se transforma em terreno de parceria.
Conclusão — Jornada não é só tempo. É relacionamento.
Podemos ter o melhor sistema, o melhor app e o melhor relatório. Mas se a cultura por trás da jornada continuar sendo defensiva, o dado nunca será confiável — e o controle nunca será eficiente.
Por isso, antes de falar de tecnologia, precisamos falar de intenção.
Estamos registrando por conveniência, por obrigação ou por consciência?
O motorista marca com medo ou com clareza?
O gestor analisa com desconfiança ou com propósito?
A resposta para essas perguntas define algo maior que qualquer legislação:
Se a jornada é um instrumento de punição ou de evolução.
Na Parte 2 da série — “A ilusão do botão mágico” — vou mostrar um erro comum nas empresas: acreditar que só instalar um sistema resolve tudo.
A verdade é que o sistema certo não substitui a cultura — ele fortalece.E é exatamente esse o propósito do Boreal RH:
✅ Motorista registra com clareza.
✅ Gestor analisa com confiança.
✅ A jornada deixa de ser punição e vira parceria.
Se faz sentido para você, não deixe esse conteúdo passar.
Toda segunda-feira publicamos um novo episódio da série A Psicologia da Jornada — só aqui no Blog da Boreal.




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